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Consideradas peças-chave na indústria de óleo e gás natural, as plataformas de petróleo são estruturas responsáveis pela captação e extração desse mineral no fundo do mar. Sem elas, todo o processo de produção dos combustíveis fósseis não seria possível.
No Brasil, de acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), existem ao todo 155 plataformas espalhadas em toda a costa. A necessidade de melhorar a capacidade produtiva, eficiência e sustentabilidade na extração de matérias-primas em alto mar, fez com que essas estruturas evoluíssem com o tempo, indo de extrações onshore, a plataformas offshore com capacidade de enfrentar condições extremas como as do pré-sal, por exemplo.
Como cada campo de petróleo possui suas particularidades, existem diferentes tipos de plataformas que são destinadas conforme a sua funcionalidade, como veremos a seguir.
Plataformas de petróleo Fixa
Antes mesmo de falar sobre esse modelo, vale ressaltar que as estruturas para exploração e extração de petróleo se classificam em duas categorias: perfuração e produção.
As de perfuração operam no desenvolvimento do campo de petróleo perfurando os poços. Enquanto isso, as de produção atuam diretamente nos poços produtores desse mineral, extraindo o petróleo e separando o óleo, a água e o gás.
A plataforma fixa trata-se de uma estrutura rígida, fixada por um sistema de estacas de aço cravadas no fundo do mar, projetada na maioria das vezes para produção de petróleo, mas podendo ser projetada também para perfuração até 300m de profundidade.
Por estarem apoiadas no fundo do mar e suspensas acima das ondas, essas estruturas praticamente não se movimentam, independente das condições de mar e vento atuantes. Essa qualidade permite que o controle dos poços seja feito a bordo da unidade, por um sistema conhecido como Árvore de Natal Seca.
Auto elevável
Estrutura móvel composta por um conjunto de três ou mais pernas, que se deslocam verticalmente até o fundo do mar, tem como finalidade exclusiva a perfuração de poços de petróleo em lâminas d’água de até 1.500 metros.
Um dos diferenciais desse modelo está justamente na mobilidade, já que ela é capaz de se instalar em uma região, executar o trabalho a que se destina e, depois, ser transportada por meio de reboques ou por propulsão própria até outra região.
Embora seja uma plataforma com mobilidade, ela se comporta como uma estrutura fixa, uma vez que ela é capaz de se elevar acima da linha d’água, deixando seu casco afastado das ondas e correntes. Assim, o controle dos poços pode ser feito diretamente na superfície.
Semi-submersível
Plataforma flutuante composta por um ou mais conveses e projetada tanto para perfuração de poços, quanto para produção de petróleo em águas com mais de 2.000 metros de profundidade.
Possui estrutura móvel, facilitando o deslocamento de um ponto a outro. E para seu posicionamento são usados dois sistemas, um deles é o de ancoragem, onde âncoras, cabos e amarras fixam a unidade ao fundo do mar para mantê-la na posição desejada.
O outro é o sistema de posicionamento dinâmico, onde se utilizam propulsores instalados no casco para restaurar a posição da plataforma.
FPSO
Floating, production, Storage and Offloading ou FPSO, é um modelo flutuante com capacidade para produzir, armazenar, processar e transferir o petróleo.
Criada nos anos 1990, essa estrutura foi convertida a partir de navios petroleiros e, assim como a plataforma semi-submersível, é ancorada no fundo do mar.
Projetada para uso em lâminas d’água maiores que 2.000 metros, a plataforma possui grande mobilidade e, devido a sua alta capacidade de armazenamento, ela consegue operar a grandes distâncias da costa, onde não é possível construir oleodutos. Sendo assim, o escoamento do óleo é feito por navios aliviadores, já o gás resultado da exploração, pode ser transferido por oleodutos, reinjetado ou queimado a bordo.
Nesse modelo, o controle dos poços é feito no fundo do mar, sistema conhecido como Árvore de Natal Molhada (ANM), uma vez que o FPSO é muito suscetível às condições ambientais, podendo apresentar grandes movimentos em condições climáticas severas para que o controle do poço seja feito a bordo.
FPSO Monocoluna
Trata-se de uma variante da FPSO, onde o casco é redondo para conferir mais estabilidade à estrutura que opera em águas com mais de 2.000 metros de profundidade. Basicamente, ela é usada para extração, armazenamento e transferência de petróleo.
Nessa plataforma, o controle dos poços é feito no fundo do mar, por apresentar movimentos significativos de heave, sobretudo quando o mar fica agitado, sobrecarregando os equipamentos entre a unidade e o poço .
O modelo monocoluna é o primeiro com essas características em todo mundo e vem sendo usado desde 2007. Atualmente, a Petrobras está desenvolvendo um modelo chamado Mono-BR que é ainda mais estável e pode ser instalado em águas ultraprofundas e sob condições adversas.
TLWP (Plataforma de Pernas Atirantadas)
Projetada para perfuração de poços e produção petróleo em águas com profundidade de 1.500 metros, a TLWP é um modelo conhecido por ser flutuante.
Apesar disso, ela contém um sistema de ancoragem com tendões fixados por estacas no fundo do mar que oferece mais estabilidade à plataforma permitindo, assim, que o controle de poços seja feito na superfície.
Como não possui capacidade de armazenamento, todo o óleo produzido por essa plataforma é transportado até um FPSO para ser processado e exportado por meio de navios.
Navio-Sonda
A plataforma flutuante normalmente é usada na perfuração de poços em águas com mais de 2.000 metros de profundidade.
O diferencial está na grande mobilidade que possui, o que garante maior autonomia para perfuração de poços de petróleo em grandes distâncias da costa. Além disso, a maior capacidade de armazenamento que ela apresenta é outro ponto que chama atenção.
A performance dela é melhor que o modelo semi submersível e por ter um casco em forma de navio, ele se desloca com mais agilidade entre as locações, cobrindo distâncias continentais maiores em pouco tempo.
Por ser uma estrutura móvel, no navio-sonda o controle dos poços é feito no fundo do mar. Mas, essa plataforma também conta com propulsores que minimizam os efeitos das ondas e dos ventos para mantê-la mais comportada durante a operação.
Como é possível perceber, existe uma enorme variedade de plataformas de petróleo e isto se deve às características específicas que cada campo de petróleo possui e que exige embarcações compatíveis com as necessidades, tipo de atividade e tecnologias aplicadas.
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